quarta-feira, 7 de julho de 2010
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Estrada Conda-Gabela
Kuanza Sul
Províncias de Angola
Laurita e Mingota ...
Eu e as minhas irmãs ...
Eu, caminhando na varanda ...
Eu ao colo da Nélinha ...
Quipindo_3 ...
Quipindo_2 ...
Quipindo_1 ...
Memórias da minha infância ...
As brincadeiras no Quipindo
Uma viagem no tempo... década de 60...
Consigo recordar com muita emoção algumas brincadeiras que tinha com os meus irmãos e amigos.
Do Quipindo, local onde os meus pais tinham uma plantação de café e onde vivemos antes de mudarmos para o centro da Gabela, guardo recordações únicas...
A Mingota e a Faustina, amigas africanas, eram nossas companheiras nos trabalhos domésticos e brincadeiras...
As brincadeiras eram feitas, a maior parte das vezes a céu aberto... em contacto com a Natureza.
Para além de brincarmos "às escondidas", onde o espaço não faltava- no meio dos cafeizais e milheirais, participávamos em situações do quotidiano no largo terreiro, onde apanhávamos os grãos de café já secos e que eram colocados nuns cestinhos para irmos vender na loja. Seguidamente, iam para a fábrica onde eram torrados, triturados e reduzidos a pó... por fim transformados na bebida deliciosa... tão apreciada pelos vários cantos do mundo.
Com os angolares que amealhei comprei uma "pecinha de ouro" para colocar no meu colar. Ainda hoje o conservo e por vezes o uso... como uma das relíquias do meu baú!
Depois da chuva voavam uns insectos chamados salalé. Andávamos atrás deles como se estivéssemos a dançar em conjunto e depois víamos aparecer no céu um lindo arco-íris... com as suas cores magníficas.
Descíamos também muitas vezes à horta, por uns carreirinhos, caminhos feitos por tantas vezes serem palmilhados. Pelo caminho cantarolávamos comíamos as palmeiras com os olhares como se fossemos apanhar cachos de dendém e abraçávamos com as mãos os grãos de café maduros, da cor vermelho-cereja.
Lá em baixo, onde havia um poço e regatos serpenteando, víamos gentes a capinar e ouvíamos o coaxar das rãs e por vezes colhíamos maçarocas para, mais tarde, saborear em casa.
Ao fim do dia era hábito acompanharmos os nossos amigos africanos às suas cubatas, que formavam uma aldeia onde podíamos observar as diferenças de vivência entre a nossa família e a deles.
Com roupagens diferentes, a essência humana está sempre lá!
Ninguém escolhe o berço para nascer, nem a cor para vestir.
Que seja feliz quem ... souber o que é o Bem...
Fernanda Ribeiro
Uma viagem no tempo... década de 60...
Consigo recordar com muita emoção algumas brincadeiras que tinha com os meus irmãos e amigos.
Do Quipindo, local onde os meus pais tinham uma plantação de café e onde vivemos antes de mudarmos para o centro da Gabela, guardo recordações únicas...
A Mingota e a Faustina, amigas africanas, eram nossas companheiras nos trabalhos domésticos e brincadeiras...
As brincadeiras eram feitas, a maior parte das vezes a céu aberto... em contacto com a Natureza.
Para além de brincarmos "às escondidas", onde o espaço não faltava- no meio dos cafeizais e milheirais, participávamos em situações do quotidiano no largo terreiro, onde apanhávamos os grãos de café já secos e que eram colocados nuns cestinhos para irmos vender na loja. Seguidamente, iam para a fábrica onde eram torrados, triturados e reduzidos a pó... por fim transformados na bebida deliciosa... tão apreciada pelos vários cantos do mundo.
Com os angolares que amealhei comprei uma "pecinha de ouro" para colocar no meu colar. Ainda hoje o conservo e por vezes o uso... como uma das relíquias do meu baú!
Depois da chuva voavam uns insectos chamados salalé. Andávamos atrás deles como se estivéssemos a dançar em conjunto e depois víamos aparecer no céu um lindo arco-íris... com as suas cores magníficas.
Descíamos também muitas vezes à horta, por uns carreirinhos, caminhos feitos por tantas vezes serem palmilhados. Pelo caminho cantarolávamos comíamos as palmeiras com os olhares como se fossemos apanhar cachos de dendém e abraçávamos com as mãos os grãos de café maduros, da cor vermelho-cereja.
Lá em baixo, onde havia um poço e regatos serpenteando, víamos gentes a capinar e ouvíamos o coaxar das rãs e por vezes colhíamos maçarocas para, mais tarde, saborear em casa.
Ao fim do dia era hábito acompanharmos os nossos amigos africanos às suas cubatas, que formavam uma aldeia onde podíamos observar as diferenças de vivência entre a nossa família e a deles.
Com roupagens diferentes, a essência humana está sempre lá!
Ninguém escolhe o berço para nascer, nem a cor para vestir.
Que seja feliz quem ... souber o que é o Bem...
Fernanda Ribeiro
Chitas ...
Tecidos de chita para fazer roupas e lenços das meninas e mulheres ...
Chita é um tecido de algodão com desenhos de grandes flores coloridas. O tecido surgiu na Índia, na época das grandes navegações e foi aperfeiçoado pelos ingleses e mais tarde pelos portugueses e franceses.
O conceito de chita foi introduzido no Brasil, a partir de 1800, pelos europeus.
Chita é um tecido de algodão com desenhos de grandes flores coloridas. O tecido surgiu na Índia, na época das grandes navegações e foi aperfeiçoado pelos ingleses e mais tarde pelos portugueses e franceses.
O conceito de chita foi introduzido no Brasil, a partir de 1800, pelos europeus.
A capa ...
O meu autógrafo ...
Na capa … um grupo musical dos meus favoritos … “Beatles”
Lá atrás do tempo, autógrafo era todo o texto escrito de próprio punho pelo autor.
Este conceito foi-se alterando …
Hoje é apenas uma assinatura de um artista, de uma pessoa famosa ou uma celebridade…
Simboliza um momento único na vida do fã que adquire “status” de documento que comprova que ele esteve em contacto directo com o seu ídolo.
Lá atrás do tempo … era hábito entre os jovens da minha idade termos um autógrafo, onde trocávamos uns com os outros frases, pensamentos desenhos pintados a lápis de cor, com todo o rigor e perfeição…e ainda colocávamos fotos …
Hoje ainda conservo o meu, escrito a partir dos doze anos e que vou partilhar convosco alguns detalhes em imagens …
Esta era uma forma de desenvolvermos as nossas sensibilidades e a nossa inteligência emocional :-))
12 de Fevereiro de 2010
O meu certificado de residência em 1968
Os meus pais ...
Laura e Manuel , uma vida inteira de namoro …
A mãe nasceu em Lisboa e o pai numa aldeia perto de Santarém … no velho continente …
Desde cedo, navegaram pelo oceano Atlântico até ao porto de Luanda para seguirem para a terra do café e dos morros… Gabela !
Já levavam nos seus braços uma menina (Manuela), a primeira dos seus quatro filhos. Escolheram para berço dos restantes (Laura, Fernanda e José), a terra do cacimbo …
Que bela resolução para mim :-))
Habitam no meu pensamento … sorrindo …
E vejo-os iguais a quando me davam alento … sorrindo … como se fosse hoje ...
Vejo que avançam o seu rosto terno para mim …
E ao recordar avivo …
Esses sorrisos que o meu ser ADORA …
Orgulho-me de vocês … Obrigada por germinarem a minha vida
… pelos bons ensinamentos e pelas marcas que deixaram em mim :))
O beijo dos PAIS
Memórias de Infância ...
A escola primária
“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu …”
Rubem Alves
… naquela época, a entrada na escola primária era uma etapa difícil:; o despegar das “saias da mãe” …do aconchego da lar …da familiaridade da rua e dos amigos… o medo do desconhecido …
A minha primeira escolaridade foi marcada pela professora Maria do Carmo. Boa pedagoga, próxima das crianças à maneira da sua época …
... lembro-me de ela me ensinar muita coisa , sobretudo o que vinha nos livros … valorizando mais a educação dos conhecimentos …
… a educação das sensibilidades fui aprendendo mais na escola da vida … olhar a beleza de uma árvore, o milagre das flores do imbondeiro, um pular de gafanhotos , um pião na terra, o mundo da concha que habita no mar …
Recordo-a com muito carinho …
… a nossa primeira professora é como a nossa segunda mãe…
Foi mais uma personagem que encontrei no meu caminho e que me ajudou a crescer … bem-haja !
Parafraseando Rubem Alves* “ os conhecimentos nos dão meios para viver… a sabedoria nos dá razões para viver “
A escola … a nossa segunda casa também nos dá belas recordações dos nossos relacionamentos e brincadeiras com os colegas de classe e de carteira … nos intervalos e fora da escola…
… muitos segredos ficarão guardados para sempre na nossa memória …
… e quando nos lembramos deles fica sempre um “brilhozinho nos olhos” ou uma “lagriminha no canto do olho” …
Hoje, quero educar crianças …
… elas têm olhos encantados …
…seus olhos são dotados daquela qualidade que , para os gregos, era o início do pensamento … acredito nelas !
* Ruben Alves nasceu em 15 de Setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais. Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia, psicanalista e professor nemérito da Unicamp
Fernanda R.
Felizmente ...
... vê-se cada vez mais!
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